A Lição 7 será inteiramente dedicada ao aspecto de se conectar arcs do segundo nível e além. Como base para este tópico, é importante compreender como o ponto principal de um relacionamento funciona à medida que você o leva para o próximo nível.
Um Ponto Principal Que Completa a Ideia
O princípio básico para fazer conexões além do primeiro nível é relacionar o ponto principal de cada peça. E ainda assim, frequentemente as propostas de apoio deverão ser introduzidas também. A tensão é que por um lado nós só podemos fixar um número limitado de dinâmicas em nossas mentes em determinado momento, mas por outro lado deixar pontos de apoio de lado pode alterar o significado do texto ou deixá-lo sem sentido. Gálatas 2:15-16 demonstra bem isso.
Ao escolher qual relacionamento é apropriado para conectar 15a com 16c com 16d-h, teríamos dificuldade para fixar todas as ideias de 15a a 16c em nossas mentes junto com as ideias de 16d a 16h enquanto consideramos como elas se relacionam. Ao mesmo tempo, se meramente considerarmos as proposições com o ponto principal de cada peça, ainda teremos dificuldades.
A proposição principal de 15a-16c é 16a: “sabendo”
A proposição principal de 16d-h é 16e: “para que fôssemos justificados pela fé em Cristo”
Claramente, o ponto principal das proposições acima não nos ajudarão a determinar o relacionamento lógico.
Ao invés disso, a chave está em começar com a proposição que contém o ponto principal e adicionar aspectos das outras proposições de apoio que são necessárias para completar a ideia central daquela parte. Fazer isso com 15a-16c e 16d-h resulta no seguinte.
Ponto principal de 15a-16c: Nós, judeus, sabemos que uma pessoa é justificada mediante a fé em Jesus Cristo
Ponto principal de 16d-h: assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé
Raciocinando dessa forma, vemos que Inferência é a escolha mais clara.
Orientações e a Necessidade de Experiência
Em última instância, a prática é necessária para se aprender a habilidade de saber quando destacar o ponto principal sozinho, e quando parte das propostas de apoio devem ser trazidas juntamente a fim de capturar a ideia. Então, não se sinta desencorajado se achar esse aspecto desafiador.
Dito isso, existem algumas orientações úteis. Tipicamente, você não precisará de trazer a ideia da proposta de apoio junto para Ação-Maneira, Comparação, Negativo-Positivo, Fundamento, Inferência e Concessivo. O mesmo vale para Ideia-Explicação a não ser que o lado da explicação esteja agindo como sujeito ou objeto da proposta ideia. Pergunta-Resposta, por outro lado, pode acontecer de uma forma ou outra, enquanto o resto dos relacionamentos subordinados geralmente exige que você traga a ideia da proposta de apoio para o ponto principal, ao menos parcialmente.
É possível ver essas regras gerais executadas nos resumos dos pontos principais de 15a-16c e 16d-h acima. Para a primeira metade da passagem, eu não incluí nenhuma menção ao concessivo encontrado em 15a-b, enquanto trouxe a explicação de 16b-c já que é o objeto do que "nós sabemos." Dentro dessa explicação, meu ponto principal menciona o lado positivo, mas não o negativo.
Já para a segunda metade (16d-h), meu ponto principal deixa de lado o Fundamento, mas representa ambas as partes do relacionamento Ação-Propósito. Dentro do lado do propósito, contudo, a porção negativa do Negativo-Positivo é deixada de fora.
O Primeiro Nível Auxiliado Pelo Segundo
Outra dinâmica importante a ser mencionada é como às vezes a escolha de um relacionamento em um arc de primeiro nível pode ser determinada pelo que deve ser o ponto principal baseado no arc de segundo nível. Essa é uma ocorrência comum com a conjunção "mas". Podemos ver um exemplo de como isso funciona em Filipenses 1:15-18.
Note o "mas" que conecta 15a a 15b. Tipicamente, "mas" indicará um de três relacionamentos —Alternativo, Negativo-Positivo ou Concessivo. Mas neste caso, ler apenas o versículo 15 não responde a pergunta de que relacionamento temos aqui, já que cada um deles é uma possibilidade viável.
Alternativo “É verdade que alguns proclamam Cristo por inveja e rivalidade, mas alternativamente, outros o fazem de boa vontade.”
Negativo-Positivo “É verdade que alguns proclamam Cristo por inveja e rivalidade, mas por contraste outros o fazem de boa vontade.”
Concessivo “É verdade que alguns proclamam a Cristo por inveja e rivalidade, mas entretanto outros o fazem de boa vontade.”
Como então podemos determinar o relacionamento correto? Uma forma é descobrir que proposição deve ser o ponto principal, dada arcs de segundo nível e além. Dessa forma, primeiro observamos que (1) Paulo reitera esses dois tipos de pregadores novamente nos versos 16-17 e (2) ele começa a apresentar seu ponto de vista em 18b baseado na presença dos dois tipos. Dadas essas observações, torna-se claro, então que ambas as proposições no verso 15 devem permanecer como seus próprios pontos principais. E dessa forma, nós determinamos que Alternativo deve ser o relacionamento, já que é o único relacionamento Coordenado dentre nossas opções—isto é, é a única opção que torna ambas as proposições em pontos principais separados.
Finalmente, você deve se lembrar que Ação-Resultado é o único relacionamento em que o ponto principal pode ser trocado, às vezes sendo a ação e às vezes o resultado. De fato, a forma que se determina isso é indo além dos relacionamentos de primeiro nível e vendo que proposição mais diretamente se relaciona com o resto da passagem.